A Universidade Planetária do Futuro - UNIFUTURO - ANO VI divulga importante arquivo da Carta Maior sobre o a necessidade do fim da intolerância e do racismo, no Brasil.;
Esse é um dos arquivos de assuntos sociais que publicamos como matéria de memória da UPF.
Carta Maior
Pelo fim da intolerância e do racismo, no Dia Nacional de Combate à intolerância religiosa. Combater Combater a intolerância religiosa significa rejeitar o racismo como sistema de opressão e dar corpo e voz a uma parcela da população que vem sendo agredida
Fábio Mariano e Roger Cipó
21 de Janeiro, Dia Nacional de Combate à
Intolerância Religiosa, será marcado por Ato na Av. Paulista
2015 foi um ano em que as crenças de matriz africana
sofreram atentados de todas as ordens contra o patrimônio material, físico,
moral e espiritual. Muitos religiosos e seguidores sofreram com a violência e a
intolerância religiosa.
Invasões de terreiros, demonização ao culto dos orixás
e até morte de uma Ialorixá fez deste ano um marco da intolerância religiosa. Agressões
físicas se multiplicaram, dentre elas a de uma criança que, em razão das vestimentas,
foi apedrejada quando saía do terreiro. Uma imensa lista de denúncias de injúrias e cerceamento de direitos no
âmbito das práticas religiosas, que incluem,
entre outras, a realização de rituais sagrados dentro dos terreiros.
Sob o manto do estado democrático de direito, a intolerância
demonstrada das mais diversas formas não poupou ninguém. Aquele que pratica a
injúria não tem um objetivo maior, senão o de dizer onde aquele que foi
injuriado deve estar: no campo da invisibilidade. Não a toa, registra o
psiquiatra e filósofo Franzt Fanon em sua obra “Peles Negras, Máscaras
Brancas”:
“(…) Enquanto o negro estiver em casa não precisará,
salvo por ocasião de pequenas lutas intestinas, confirmar seu ser diante do
outro.” Assim como ocorreu com as mulheres que tiveram determinadas a sua
presença no âmbito da vida privada, restando aos homens as disputas no campo
público, com negros e não cristãos não foi diferente. Foram e ainda são
diversas e poderosas as formas de colonização e exclusão do povo negro e sua
religiosidade.
Combater a intolerância religiosa significa rejeitar
o racismo como sistema de opressão e dar
corpo e voz a uma parcela da população que vem sendo sistematicamente agredida
em sua dignidade pelo cerceamento de direito de liberdade de culto.
A questão da liberdade de religião e de culto
amplamente requerido pela população negra e pelos religiosos de matriz africana
deve ser vista sob a ótica da afirmação e reiteração da identidade negra e de
toda a sua ancestralidade. Negar esse direito, compactuar com esta lógica é o
mesmo que permitir que os tambores continuem abafados e os adeptos das
religiões de matriz africana permaneçam naquilo que o “outro” considera a sua
senzala. Não há democracia racial, como não há respeito à diversidade
religiosa.
Em 2007, o dia 21 de janeiro foi instituído como a
data de Combate à Intolerância Religiosa, em reflexão e memória da Ialorixá Gildásia
dos Santos – vítima de um dos casos mais drásticos de intolerância que a história
brasileira conheceu. O crime começou em outubro de 1999, quando O jornal Folha
Universal estampou em sua capa a imagem de Mãe Gilda, trajada com roupas de
sacerdotisa para ilustrar uma matéria cujo título era: “Macumbeiros charlatões
lesam o bolso e a vida dos clientes”. Sua casa foi invadida, seu marido foi
agredido verbal e fisicamente, e seu Terreiro, depredado por evangélicos. A
Ialorixá não suportou os ataques e, após enfartar, faleceu em 21 de janeiro de
2000.
15 anos após a trágica morte de mãe Gilda, a história
se repete, e em Camaçari/BA, Mãe Dede de Iansã, também enfarta após uma noite
se insultos, protagonizada por um grupo evangélico, na porta de seu terreiro.
Em resposta a tanta violência que, assustadoramente,
aumenta a cada dia e tem se mostrado uma das faces mais cruéis do racismo, comunidades
religiosas de matriz africana promoverão manifestações em todo Brasil.
Em São Paulo, o Ato de Repúdio, Afirmação e Combate
aos Crimes de Intolerância Religiosa, acontecerá neste dia 21 de Janeiro, quinta
feira, às 19h. A concentração será no vão do MASP, onde religiosos e simpatizantes
tomarão o “coração financeiro da cidade” para um grito pela liberdade de
expressão da fé, do direito à crença e por uma sociedade de respeito ao
próximo, à natureza e à diversidade.
As ruas serão ocupadas pela promoção da cultura de
paz em nossas relações.
Confirme presença e compartilhe: https://www.facebook.com/events/947733955311269/
Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa
21 de Janeiro, às 19H
Vão Livre do MASP – Avenida Paulista – SP.
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Divulgação cultural:
21 de Janeiro, às 19H
Vão Livre do MASP – Avenida Paulista – SP.
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Divulgação cultural:
Diretora Cultural e editoar:
Ana Maria Felix Garjan
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